CURIOSO


OS HOMENS PREFEREM AS LOIRAS? ( TRASLADO)


Um estudo  feito com quase 250 homens em Londres confirmou o que Marilyn Monroe já sabia muitos anos atrás: as loiras fazem mesmo mais sucesso com o público masculino.
Pesquisadores da Universidade de Westminster (Reino Unido) armaram o teste: levaram uma mulher a três bares diferentes e ficaram à paisana observando quantas cantadas ela recebia. Ah, detalhe: antes de cada saída, ela pintava os cabelos de loiro, castanho escuro ou vermelho.
resultado: loira, a moça foi abordada 60 vezes; morena, 42; ruiva, apenas 16.
  1. Mas por quê? Em outro teste, feito pela mesma equipe de pesquisadores, voluntários tiveram que avaliar loiras, morenas e ruivas sob vários critérios (se pareciam inteligentesarrogantes ou promíscuas, por exemplo) observando apenas fotos das moças.

Dessa vez, as loiras não saíram tão na frente assim (foram as morenas, aliás, as eleitas como mais atraentes). Mas as platinadas foram avaliadas como mais “necessitadas” pela maioria dos homens — o que pode não agradá-las, mas talvez explique o aparente sucesso.****************************************************************************************************************************************************************************************************************

TÍTULOS E DIPLOMAS- Thomas Bernhard, in 'Extinção'Tema(s): Sociedade

Parece que a humanidade só se esforça enquanto tem a esperar diplomas idiotas, que pode exibir em público para obter proveitos, mas, quando já tem na mão tais diplomas idiotas em número suficiente, deixa-se levar. Ela vive em grande parte só para obter diplomas e títulos, não por qualquer outra razão, e, depois de ter obtido o número de diplomas e títulos que, na sua opinião, é suficiente, deixa-se cair na cama macia desses diplomas e títulos. Ela não parece ter qualquer outro objectivo para a vida. Não tem, segundo parece, qualquer interesse numa vida própria, independente, numa existência própria, independente, mas apenas nesses diplomas e títulos, sob os quais a humanidade há já séculos ameaça sufocar.As pessoas não procuram independência e autonomia, não procuram a sua própria evolução natural, mas apenas esses diplomas e títulos e estariam, a todo o momento, prontas a morrer por esses diplomas e títulos, se lhos entregassem e dessem sem qualquer condição, esta é que é a verdade desmascaradora e deprimente. Tão pouco estimam elas a vida em si que só vêem os diplomas e títulos e nada mais. Elas penduram nas paredes das suas casas os diplomas e títulos, nas casas dos mestres talhantes e dos filósofos, dos chefes cozinheiros e dos advogados e juízes estão pendurados os diplomas e títulos e eles fitam esses seus diplomas e títulos, durante toda a vida, com os olhos ávidos que adquiriram ao olhar com essa ávida fixidez permanente esses diplomas e títulos. As pessoas não dizem, no fundo, sobre si próprias, eu sou a pessoa tal e tal, mas sim eu sou o título tal e tal, eu sou o diploma tal e tal. E as suas relações não são com a pessoa tal e tal, mas sim com o diploma tal e tal e com o título tal e tal. Assim, podemos dizer perfeitamente que, na humanidade, não são as pessoas que convivem umas com as outras, mas apenas os diplomas e títulos, as pessoas são, na humanidade, dito de uma forma grosseira, indiferentes, importantes são apenas os títulos e diplomas. Não são as pessoas que, há séculos, são vistas, mas apenas títulos e diplomas. Elas não encontram no café o senhor Huber, mas sim o doutor Huber, não vão jantar com o senhor Maier, mas sim com o engenheiro do mesmo nome. Parece que só assim atingiram o seu objectivo, quando já não são a pessoa, mas sim o engenheiro, quando já não são, como julgam, apenas a senhora Muller, mas sim a senhora juíza. E, nos seus escritórios, também não recebem a senhora, mas sim o excelente diploma. É certo que esta mania dos diplomas e dos títulos está espalhada por toda a Europa, mas foi, sem dúvida, na Alemanha e sobretudo na Áustria que ela atingiu um grau de monstruosidade e grotesco que se tornou aterrador. 

Thomas Bernhard, in 'Extinção'Tema(s): Sociedade 


Mulheres apaixonadas Elas correm riscos que os homens não correm- BY IVAN MARTINS


OPINIÃO - 22/02/2012 09h26 - Atualizado em 22/02/2012 09h35

Mulheres apaixonadas
Elas correm riscos que os homens não correm
IVAN MARTINS


IVAN MARTINS É editor-executivo de ÉPOCA (Foto: ÉPOCA)
O final do filme se aproxima. A mocinha, meio cega de emoção e lágrimas, acelera o carro para salvar o homem que ama. Enquanto ela voa em zig-zag pelas ruas, fura faróis e ameaça pedestres, me ocorre no escuro do cinema uma frase pronta: ela guia como uma mulher apaixonada. Além de ser uma descrição justa da cena, talvez haja nessa ideia uma verdade mais geral - mulheres apaixonadas, não só nos filmes, fazem coisas perigosamente impensadas.
Conheci uma mulher que rompeu um casamento na França e foi viver em Nova York com um cara que ela só conhecia pela internet. Conheci uma moça grávida que se apaixonou por um moço mais jovem e trocou de marido no meio da gravidez. Conheci uma mulher recém-casada que inventava viagens de trabalho para passar uns dias com uma paixão inacabada. São muitas histórias e elas todas se parecem num ponto: mulheres apaixonadas correm riscos e fazem coisas que os homens, boa parte das vezes, não têm coragem ou disposição de fazer.
Claro, há homens românticos que saltam para a vida sem para-quedas, mas a mim parece que as mulheres são a maioria nesse pelotão, e vão mais fundo. Enquanto o homem, cautelosamente, tenta manter o pé em duas vidas e pondera sentimentos e reações alheios, as mulheres se atiram. Para fora de casa, para a rodoviária, para o desconhecido. Avançam em direção à miragem que paira na outra ponta da corda, muitos metros acima do abismo. Querem a felicidade.
    As heroínas de filmes e romances sempre dão lições de coragem aos homens. Alguém se lembra de “Pecados íntimos”, com Kate Winslet? Na última cena do filme ela espera pelo amante com quem vai fugir e deixar tudo para trás. Ele não aparece. É mais ou menos o desfecho enfrentado no século XIX por Emma Bovary, a adúltera do romance de Gustave Flaubert. Outro dia revi o filme “1984”, baseado em um dos meus romances favoritos, escrito por George Orwell. La está Julia, a jovem que se rebela contra o totalitarismo por meio do sexo e do amor, e arrasta seu amante com ela. Todas essas personagens são almas mais livres que seus parceiros – e se inspiram em comportamentos femininos reais.
    De onde vem esse romantismo terminal das mulheres? Eu não sei, mas ele está lá, desde que elas são meninas. Talvez seja apenas um traço cultural – quando todas as formas de realização públicas eram proibidas, o amor, a busca da felicidade íntima, era o que restava. Mas o mundo (ao menos a nossa parte do mundo), não é mais assim. As mulheres podem se dedicar ao trabalho, ao poder, ao dinheiro. Não precisam mais casar ou ser mães. Podem viver sozinhas se assim quiserem, voltadas 100% ao aprimoramento do espírito ou dos glúteos. Mesmo assim, o romantismo não desaparece. A necessidade de amar e ser amada (intensamente) continua. Aos 20, aos 30, aos 40, aos 50, aos 60 anos...
    Um evolucionista poderia dizer que nos genes femininos está escrita a urgência de encontrar o parceiro perfeito para a procriação, por isso as mulheres conferem prioridade absoluta ao amor e seu termômetro mais evidente, à paixão. Mas isso não explica as mulheres que trocam procriadores competentes e responsáveis por outros homens (frequentemente sem essas qualidades), que pareçam mais interessados nelas. A sobrevivência da espécie não requer isso, mas a sanidade das mulheres talvez exija.
    Minha impressão é que todos precisamos de ilusões.
    As ilusões dos homens parecem estar ligadas ao sexo. Se formos capazes de seduzir, de conquistar, de transar, então estaremos satisfeitos. Claro, há um universo de sentimentos que não estarão atendidos, mas o impulso masculino parece ser na direção de resolver a vida pelo desejo, realizar-se pela satisfação constante no sexo. Não acontece, mas a quimera nos move adiante. Com as mulheres a ilusão é afetiva. O grande amor, o grande romance, a paixão redentora. A vida parece se resumir a isso. Assim como a sedução permanente dos homens, a fantasia romanesca das mulheres raramente se materializa – mas isso não a torna menos universal ou importante.
    Qualquer que seja a origem do arrebatamento feminino, os homens não sabem lidar com ele. As emoções exacerbadas das mulheres nos assustam e, secretamente, nos envergonham. Temos inveja dessa intensidade de sentimentos. As piadas constantes que fazemos sobre “a loucura” das mulheres revelam algo do nosso constrangimento. Nós, que vira e mexe nem sabemos o que estamos sentindo, somos forçados a lidar com gente apaixonada que nos olha nos olhos e exige respostas.
    Claro, há mulheres realmente perdidas, malucas, criaturas incapazes de diferenciar os seus desejos da realidade. Todo homem adulto já topou com uma dessas. Ama e não percebe que não é amada. Quer e não percebe que não é querida. Às vezes, não aceita que acabou aquilo que mal havia começado, e faz cena – em vez de fazer as unhas e partir para outra.
    Mas o comportamento das mulheres transtornadas não justifica a cautela masculina. O sujeito que se atira ao sexo e não encontra sentimentos encena um clichê triste. Ele tem algo a aprender com a capacidade das mulheres de se entregar e correr riscos. Não precisa pegar um carro de madrugada e sair voando para provar que ama – mas não deveria deixar sua heroína esperando sozinha, na chuva, por um amante que não tem certeza do que sente e não consegue decidir o que quer. 
    (Ivan Martins escreve às quartas-feira)r










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